Uma das questões mais polêmicas abordada – principalmente pelos pais - no último workshop realizado por mim no Brasil foi: “Qual o tempo mínimo de cada sessão da terapia floortime?” Penso que o mínimo para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade deveria ser de uma hora. Não desconsidero a importância do tempo da sessão, porém, é necessário que ele não seja utilizado como camisa de força para definir a duração e a condução do processo. É fundamental que a definição do tempo desse encontro leve em consideração o estado emocional e regulatório da criança. O fundamental é que haja um clima relaxado (característico do floortime). Sem essa atmosfera, uma criança portadora de autismo, por exemplo, suportaria uma hora. Assim sendo, o tempo deve ser resultado do fluxo de interação que ocorre entre o terapeuta e o paciente.
O tempo determinado pelo criador da Terapia Flooortime (terapia do chão), Dr. Greesnpan, é de 1h30. Ele acredita que é necessário um tempo para envolvimento, acomodação e regulação do paciente, e um tempo maior para que o terapeuta possa compreender os sinais pelo mesmo.
A diferença relativa ao tempo de sessão entre a Terapia Floortime e as outras intervenções dá-se no campo da integração sensorial. Se o objetivo de um profissional de fonoaudiologia for a construção de um vocabulário, por exemplo, esse objetivo apenas será atingido se o paciente estiver regulado. Para isso, o profissional deve ter um tempo de leitura do estado emocional e regulatório desse paciente antes de começar a trabalhar para atingir as metas da linguagem.
Como na Terapia Floortime a participação familiar é fundamental, ela deve ter seu espaço de acomodação garantido. Como o número de pessoas no mesmo ambiente pode ser grande, faz-se necessário um clima de relaxamento e de interação entre todos. O que só acontecerá se a questão do tempo estiver bem resolvida e não sirva como um elemento tensionador.
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