domingo, 12 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Novo e Velho
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Para os pais!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Adeus a Loovas !!!
In Memory of Ivar Lovaas, Ph.D. (1927-2010)
The Interdisciplinary Council on Developmental and Learning Disorders (ICDL) shares with the Autism community the passing of Dr. Ivar Lovaas, who was the first to believe that children with Autism could learn and reach their fullest potential. We invite you to watch a short video clip where Dr. Greenspan (1941-2010) welcomes and honors Dr. Lovaas during the 1997 ICDL Annual Conference. In memory of two great men who helped thousands of children and families. Watch video
2010 Annual Conference
Redefining Autism
November 5, 6 and 7, 2010
Hilton Mc Lean, Tysons Corner, VA (Washington, DC Metro Area)
Save the date, and have the opportunity to listen and interact with great speakers, including:
- Catherine Lord, Ph.D., Lucy Miller, Ph.D., Connie Kasari, Ph.D., Stuart Shanker, Phil. D, Steward Mostofsky, MD,, Serena Wieder, PhD., Devin Casenhiser, Ph.D., Jim Stieben, Ph.D., Ricki Robinson, MD.
Featured panels will include presentations and discussions on redefining research, diagnosis, and education for children with ASD.
More details and registration coming soon!
Entrem no site do icdl.com para ver os detalhes!
domingo, 20 de junho de 2010
Terapia de Integração Sensorial em crianças com autismo
A Terapia de integração sensorial é orientado por quatro princípios fundamentais:
· dançando uma música (som);
· tocando em caixas cheias de feijão (toque);
· rastejando túneis (toque e movimento através do espaço);
· bater bolas balançando (coordenação olho-mão);
· girando em uma cadeira (equilíbrio e visão); e
· equilibrando-se sobre uma viga (equilíbrio).
Qual é a teoria por trás disso?
Em nossa vida diária, as pessoas experimentam eventos que, simultaneamente, estimulam mais de um sentido. Usamos nossos sentidos múltiplos para tomar esta informação variada, e combiná-los para nos dar uma clara compreensão do mundo que nos rodeia. Nós aprendemos durante a infância como fazer isso. Assim, através das experiências da infância ganhamos a habilidade de usar todos os nossos sentidos juntos para planejar uma resposta a qualquer coisa que se nota na nosso ambiente. Crianças com autismo são menos capazes deste tipo de síntese e, portanto, podem ter dificuldade de responder adequadamente a diferentes estímulos.
http://autism.healingthresholds.com/
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Floortime
Primeiro, no entanto, queremos explorar a importância das relações humanas. As relações humanas são muito importantes para o desenvolvimento de uma criança. Os seres humanos parecem ter sido criados para aprender e crescer dentro de um contexto de relação com outros seres humanos. O cérebro e a mente simplesmente não se desenvolvem sem ter sido alimentado pelas relações humanas. Sem os relacionamentos, a auto-estima, a iniciativa e a criatividade também não se desenvolvem. Mesmo as funções mais intelectuais do cérebro - lógica, julgamento, pensamento abstrato - não se desenvolvem sem uma fonte constante de relacionamento.
terça-feira, 1 de junho de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
Estratégias para ajudar a criança a construir palavras simbólicas
- Deixe a criança descobrir o que é real e o que é ilusão. Deixe-a tentar vestir a roupa da boneca mesmo que não caiba; vestir-se de pirata e faça de conta que ela é o pirata. Se estiver com sede convide para tomar um chá, sente-se e brinque pretendendo ser uma festinha. Quando ela estiver com fome brinque de cozinhar invente ou crie um banquete real com comida.
- Estimule brincadeiras em que pretenda ser outra pessoa, se subir na suas costas finja ser um cavalo, no sofá uma montanha, ao brincar na piscina faça de conta que esta é ser o mar.
- Use bonecos para representar a família.
- Crie símbolos para os objetos ao brincar: p. e., a bola é um bolo.
- Ajude a criança a elaborar as direções ao brincar: quem esta dirigindo; onde está indo; porque está indo embora (mantenha a conversa o máximo possível e use palavras como: quem, o que, onde, por que).
- Quando aparecerem problemas crie uma solução simbólica para ajudar a resolvê-los.
- Brincando crie situações como se a boneca estivesse doente fazendo de conta que você e a criança são médicos, usando brinquedos iguais aos instrumentos dos médicos para ajudá-la. Crie situações em que o carro quebre e use as ferramentas para concertar (se envolva na trama, encoraje a imaginação).
- Faça perguntas a bonecas.Crie obstáculos na brincadeira, mude sua voz para ser outra pessoa.
- Use figuras que a criança goste como Barbie, Mônica, Homem-aranha.
- Adote um tema para trabalhar.
- Trabalhe a fantasia e a realidade.Deixe a criança dirigir, a brincadeira não precisa ser real, mas dê encorajamento à lógica.
- Foque no processo, identifique começo, meio, fim. Qual será o seu personagem (chore quando se machucar, mostre felicidade em situasões felizes, dê risadas, faça “voz de mau”. Dramatize para caracterizar e reconhecer as emoções. Reflita idéias e sentimentos brincando e no dia-a-dia).
- Discuta situações abstratas como homem malvado, o mocinho da historia, separação, ciúme, medo, ódio e outros.
- Brincando simbolicamente e conversando, deixe a criança atuar para compreender e superar obstáculos e, assim, alcançar o controle das emoções e das novas experiências.
DEZ COISAS QUE TODO ALUNO COM AUTISMO GOSTARIA QUE A PROFESSORA SOUBESSE
1. Comportamento é comunicação.
2. Nunca presuma nada.
3. Procure primeiro por problemas sensoriais.
4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele
5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa.
6. Tenha uma expectativa razoável.
7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades.
8. Não torne pior uma situação ruim.
9. Critique gentilmente seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva?
Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.
▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio (teria um efeito negativo sobre outra criança).
▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser a escolha do adulto.
A última palavra: ACREDITE.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Programa clínico para o tratamento das perturbações da relação e da comunicação, baseado no Modelo D.I.R.
As perturbações do espectro autista enquadram-se no grupo de perturbações mais severas com que os profissionais de saúde mental infantil têm de lidar.
Os esforços realizados ao nível do diagnóstico precoce, bem como o aumento da preocupação por parte das famílias e profissionais, tornaram evidente a insuficiência e inadequação dos modelos
terapêuticos das perturbações do espectro autista já existentes, quando aplicados ao tratamento
de crianças pequenas, e fizeram sentir a necessidade de desenvolver novos programas de intervenção adaptados aos problemas e necessidades específicos desta faixa etária (Charman
& Baird, 2002).
Os recentes avanços na forma como as perturbações do espectro autista são reconhecidas lançaram uma nova luz sobre esta problemática. Assim, as Perturbações Multissistémicas do Desenvolvimento (MSDD), uma categoria diagnóstica introduzida na Classificação Diagnóstica
DC: 0-3 (Zero to Three, 1994), surgem como uma resposta inovadora ao valorizar a importância
dos aspectos interactivos da relação sobre a diferenciação emocional e cognitiva e, por outro lado, ao chamar a atenção para o enorme potencial preventivo de uma intervenção nestas idades (Gonçalves & Caldeira da Silva, 2001), na medida em que descrevem as dificuldades apresentadas pelas crianças pequenas como muito dependentes da adequação do ambiente relacional em que elas se encontram às suas características particulares de reactividade, de processamento sensorial e da linguagem e de planeamento motor.
S. Greenspan e colaboradores têm vindo a desenvolver um modelo integrador da abordagem das perturbações da comunicação e da relação, baseado numa perspectiva estruturalista do desenvolvimento, na certeza de que em todas as crianças existe alguma capacidade para comunicar e que essa capacidade depende do seu grau de motivação (Greenspan, 1992a; Wieder, 1992). Este autor propõe que a falha nuclear nas crianças pequenas com perturbações multissistémicas do desenvolvimento consiste numa incapacidade em ligar o afecto ou a intenção ao planeamento motor e à simbolização emergente. Desta forma, as dificuldades na empatia, no pensamento abstracto, nas competências sociais, na linguagem funcional, e na reciprocidade afectiva, descritas nestas crianças, derivariam desta falha nuclear (Greenspan, 2001).
2. O MODELO D.I.R.
O modelo D.I.R. (Modelo baseado no Desenvolvimento, nas Diferenças Individuais e na Relação) é um modelo de intervenção que tem vindo a ser desenvolvido, com a obtenção de resultados encorajadores, pelo Interdisciplinary Council on Developmental and Learning Disorders (ICDL, 2000), dirigido por Stanley Greenspan e Serena Wieder, nos EUA.
É um modelo de intervenção intensiva e global, que associa a abordagem Floor-time com o envolvimento e participação da família, com diferentes especialidades terapêuticas (integração sensorial, terapia da fala) e a articulação e integração nas estruturas educacionais.
2.1. Abordagem Floortime
A abordagem Floor-time é um modo de intervenção interactiva não dirigida, que tem como objectivo envolver a criança numa relação afectiva.
Os seus princípios básicos são:
- Seguir a actividade da criança;
- Entrar na sua actividade e apoiar as suas intenções, tendo sempre em conta as diferenças individuais e os estádios do desenvolvimento emocional da criança;
- Através da nossa própria expressão afectiva e das nossas acções, levar a criança a envolver-se e a interagir connosco;
- Abrir e fechar ciclos de comunicação (comunicação recíproca), utilizando estratégias como o «jogo obstrutivo»;
- Alargar a gama de experiências interactivas da criança através do jogo;
- Alargar a gama de competências motoras e de processamento sensorial;
- Adaptar as intervenções às diferenças individuais de processamento auditivo e visuo-espacial, planeamento motor e modulação sensorial.
- Tentar mobilizar em simultâneo os seis níveis funcionais de desenvolvimento emocional (atenção, envolvimento, reciprocidade, comunicação, utilização de sequências de ideias e pensamento lógico emocional) (Greenspan, 1992b; Greenspan & Wieder, 1998).
Em conjunto com as interacções não directivas do Floor-time, devem ainda ser usadas interacções semi-estruturadas de resolução de problemas em que a criança é levada a cumprir objectivos específicos de aprendizagem através da criação de desafios dinâmicos que a criança quer resolver.
2.2. Integração Sensorial
Na criança, défices no processamento da informação e modulação sensoriais parecem ter consequências emocionais e frequentemente levam a um défice na adaptação social, dificuldades na relação com os outros, assim como a dificuldades em interpretar as reacções emocionais (Greenspan & Greenspan, 1989).
O tratamento/intervenção tem como objectivo dar oportunidade para a integração da informação sensorial, no contexto de actividades que tenham significado e sejam apropriadas para a criança, facilitando o aparecimento de padrões de movimento de modo a conseguir uma resposta adaptada, facilitando a interacção da criança com o meio.
Esta resposta adaptada é a resposta adequada em intensidade e duração a um «input» sensorial
e é a base da integração sensorial. Para que ela ocorra, é necessária uma participação activa da
criança na actividade, de modo a promover oportunidades diversificadas de informação sensorial.
As respostas adaptadas podem ser motoras e emocionais. Neste contexto, é importante compreender como é que os sistemas sensoriais trabalham em conjunto e a sua influência no desenvolvimento.
A Integração Sensorial centra-se em três sistemas sensoriais básicos:
- Táctil (processa a informação que nos chega através da pele). Uma disfunção no sistema táctil pode manifestar-se por uma sensação de desconforto ao ser tocado, por uma recusa em comer alimentos com determinadas texturas, não gostar de determinado tipo de roupa, não gostar de lavar a cara ou a cabeça, evitar sujar as mãos e usar às vezes um dedo ou as pontas dos dedos para manipular, em vez da mão toda. As crianças podem ser sub- ou sobre-reactivas ao toque e à dor.
- Vestibular (processa informação de movimento, gravidade e equilíbrio). Algumas crianças podem ser sub-reactivas à estimulação vestibular e terem medo de actividades movimentadas (por ex., baloiços, escorregas). Podem também ter dificuldade em aprender a subir e descer escadas, andarem pisos irregulares, em superfícies instáveis, etc. Outras crianças são sub-reactivas à estimulação vestibular e procuram experiências sensoriais muito fortes tais como saltar repetidamente ou rodopiar, a fim de estimular constantemente o sistema vestibular.
- Proprioceptivo (processa a informação da posição do corpo e membros, que recebe através dos músculos, tendões e articulações). Quando o sistema funciona de maneira eficaz, o indivíduo adapta-se de maneira automática às mudanças de posição do corpo. É em grande parte o sistema responsável pela capacidade de planeamento motor, isto é a capacidade para sequenciar movimentos de forma ordenada para atingir um objectivo. A disfunção no sistema proprioceptivo
pode manifestar-se em crianças desajeitadas com tendência para cair, com dificuldades na motricidade fina e dificuldade em adaptar-se a situações novas.
Para cada criança são estabelecidos objectivos específicos de tratamento incidindo a intervenção
nas seguintes áreas: processamento vestibular e proprioceptivo, processamento táctil, planeamento motor, percepção visual, organização perceptivo-motora e mecanismos de integração bilateral.
2.3. Terapia da Fala
A Terapia da Fala com crianças com Perturbação da Comunicação e da Relação tem que ser sensível às dificuldades específicas da perturbaçãoe às diferenças individuais de cada criança. Isto pressupõe uma avaliação cuidada e muito mais abrangente do que com outras patologias, uma vez que estas crianças apresentam graves alterações não só de linguagem, mas de comunicação, nomeadamente da comunicação não-verbal.
Estas dificuldades são evidentes quer ao nível da compreensão – no processamento da informação verbal e não-verbal, quer ao nível da expressão – na utilização do gesto natural, do gesto codificado e da palavra para entrar em comunicação com o outro.
Torna-se assim fácil de perceber que as formas comunicativas mais usadas por estas crianças são formas pré-simbólicas não convencionais (movimento global do corpo, grito, manipulação).
Estas formas servem um leque muito restrito de intenções comunicativas. As crianças usam a comunicação quase exclusivamente para pedir objectos, pedir acções e rejeitar, ou seja, para a
categoria pragmática de Regular o Comportamento do Outro, mas não para as categorias pragmáticas de Interacção Social – chamar a atenção para si – e de Atenção Conjunta – orientar
a atenção do outro para objectos e acontecimentos interessantes, com o propósito de partilhar
a experiência com essa pessoa (Wetherby & Prutting, 1984).
A Terapia da Fala tem, assim, como objectivo fornecer à criança instrumentos convencionais de comunicação, pré-simbólicos e simbólicos, alargando as suas intenções comunicativas às categorias pragmáticas não utilizadas.
Pretende-se que a criança comece a usar gestos naturais como a alternância do olhar, o apontar (proto-imperativo para a intenção comunicativa de Pedir e proto-declarativo para a Atenção Conjunta), a expressão facial, o acenar com a mão e com a cabeça, o beijar e abraçar, como formas comunicativas pré-simbólicas convencionais.
Como objectivo último, pretende-se que a criança venha a utilizar formas comunicativas simbólicas: a palavra, o gesto codificado e o símbolo codificado. Para isso, é utilizado como principal estratégia de intervenção o Programa de Linguagem do Vocabulário Makaton, desenvolvido por Margareth Walker nos anos 70, que pressupõe a utilização de gestos (retirados da Língua Gestual Portuguesa) e símbolos a acompanhar a fala. A Terapeuta da Fala, os pais e os
outros interlocutores são liderados pela modalidade preferida pela criança, fornecendo-lhe estrutura e consistência nas interacções comunicativas em todos os contextos. Nas crianças que
apresentam uma linguagem emergente com poucas palavras altamente funcionais, este programa também é utilizado, pois fornece um meio de aumentar o vocabulário e de iniciar a construção de frases.
áreas sempre em défice. Também com as crianças verbais a comunicação não verbal é trabalhada em simultâneo.
Pretende-se que estas crianças desenvolvam progressivamente uma motivação para comunicar,
através de formas comunicativas facilmente compreensíveis pelo outro, abram e fechem cada vez mais ciclos de comunicação com os diferentes interlocutores, o que se vai traduzir numa maior autonomia, funcionalidade e independência.
Para atingir estes objectivos utilizam-se algumas estratégias:
- Introdução de uma terceira pessoa na sessão, para servir de modelo de comunicação;
- Partir dos interesses individuais de cada criança (personalização da linguagem);
- Dar intencionalidade e significação a todo e qualquer sinal comunicativo;
- Criar situações facilitadoras da utilização funcional da comunicação/linguagem em diferentes contextos;
- Utilização de suportes visuais à oralidade: Gesto natural, objectos, fotografias, imagens,
etc.;
- Utilização de comunicação aumentativa, nomeadamente do Programa de Linguagem do Vocabulário MAKATON, gesto codificado e símbolos gráficos, em simultâneo com a fala;
- Redução da complexidade da linguagem pelo terapeuta.
- Adaptação às competências linguísticas da criança (nível da palavra isolada, duas palavras,
três ou mais palavras);
- Ênfase na entoação, ritmo e melodia (Prosódia);
- Ênfase na expressão facial e mímica corporal.
2.4. Intervenção Social em Rede
Para Ross V. Speck (1987), rede social é um grupo de pessoas formado por membros da família,
vizinhos e outras pessoas susceptíveis de proporcionar a um indivíduo ou a uma família, uma ajuda e um apoio efectivo e duradouro.
Esta abordagem sócio-terapêutica tem uma dimensão comunitária e decorre sempre no terreno,
preferencialmente na escola onde a criança está inserida. Porém, antes de dar início a esta intervenção, realizamos uma entrevista preliminar cujo objectivo é conhecer a rede primária em que a família se encontra informalmente envolvida: familiares, vizinhos, amigos e pessoas influentes. Em seguida procuramos caracterizar a rede secundária de suporte social, esta de carácter formal, composta por instituições privadas ou públicas de referência para a família. Uma
avaliação cuidada das redes sociais permite-nos conhecer o contexto em que a família se move,
assim como determinar o nível de isolamento psicossocial em que se encontra, indicador por excelência de inserção social de cada família.
A experiência de serem incluídos na rede, além de estruturante, traduz-se num reforço da auto-estima e visa capacitar os pais, na medida em que eles próprios se converte em parceiros sociais e agentes de mudança de todo este processo.
psicopedagógica que em conjunto é traçada para a criança. Ao constituir-se a Rede Social onde todos os parceiros estão envolvidos (educadores de infância, terapeutas, pais e familiares), é de fundamental importância haver um gestor cuja função é articular, coordenar e dinamizar todo o processo em curso, conferindo amplitude e coesão à rede. Com este tipo de intervenção verifica-se um acréscimo dos factores de protecção e assiste- se a uma redução dos factores de risco até aí presentes na situação (Roncon, 1995). Aos sentimentos de desmoronamento e impotência revelados inicialmente, sobrepõe-se o sentimento de pertença a um todo, uma espécie de ninho que irá constituir uma base de sustentação e de influência assim como um meio impulsionador ao
desenvolvimento infantil.
Assim, pais e familiares, técnicos e outros parceiros comunitários são interpelados a construir um projecto comum para a criança, num esforço conjunto de solidariedade e exercício de cidadania.
domingo, 2 de maio de 2010
Workshop Autismo: Intervenções e Acomodações através do Modelo DIR/Floortime em CURITIBA
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Crianças autistas podem vencer suas dificuldades principais e se tornar solidárias, criativas e reflexivas ?
A construção de uma Prática Baseada em Evidências (PBE) é um importante passo para a continuidade da consolidação da Fonoaudiologia brasileira. A PBE demanda a integração de três princípios básicos: a melhor e mais atualizada pesquisa disponível, a experiência clínica e os valores e preferências do paciente/cliente.
Foi com essa perspectiva que as autoras optaram pela apresentação de uma resenha a respeito de um dos trabalhos publicados por Serena Wieder e Stanley Greenspan que há mais de uma década vêm pesquisando a respeito de uma abordagem terapêutica (DIR/Floortime) para crianças autistas baseada na participação familiar e publicando seus resultados. Recentemente ficou evidenciado o restrito conhecimento da comunidade fonoaudiológica brasileira a respeito desses trabalhos.
Os autores iniciam seu trabalho afirmando que há muitas evidências de que processos emocionais como companheirismo, atenção compartilhada, reciprocidade afetiva e jogo criativo estão associados ao funcionamento social, lingüístico e intelectual saudável. A seguir eles propõem a questão: esses processos poderiam ser estimulados em crianças com DEA de forma a possibilitar mais progressos do que se considerava possível? Para responder a essa questão os autores apresentam um estudo de follow-up com 16 crianças e famílias que participaram de um programa de intervenção abrangente de Desenvolvimento, Individualizado e baseado no Relacionamento (DIR/Floortime) que focaliza as ações na construção de blocos de desenvolvimento de relacionamentos, comunicação e pensamento. Esse programa também avalia e intervém em aspectos individuais de processamento sensorial (viso-espacial e auditivo), discriminação e modulação sensorial, seqüenciamento e planejamento motor e padrões de interação. Nessa perspectiva o foco é direcionado para os processos de desenvolvimento que levam ao relacionamento, à comunicação e ao pensamento.
A descrição dos 16 sujeitos deste estudo é excepcional em sua abrangência e duração (entre 10 e 15 anos) e possibilita uma perspectiva ampla dos progressos possíveis com indivíduos autistas. São apresentados excertos de entrevistas com os sujeitos e seus pais, dados específicos sobre o desenvolvimento dos sujeitos nas diversas áreas e os resultados da aplicação de um questionário sobre o desenvolvimento funcional emocional com os pais.
Os princípios básicos que norteiam a intervenção proposta pelo DIR/Floortime são brevemente descritos e os critérios de acompanhamento e avaliação dos resultados são extensamente apresentados.
Todas as crianças desse subgrupo evidenciaram progressos importantes justamente nas áreas fundamentais dos DEA. Embora não seja possível avaliar a representatividade desse grupo, e os autores também mencionem a existência de famílias que também estão se dedicando a suas crianças com o mesmo cuidado e sem os mesmos resultados, uma das importantes conclusões refere-se ao fato de que os progressos continuam durante a adolescência e depois dela.
Os resultados indicam a grande possibilidade de progresso dos autistas de alto-funcionamento a partir da mobilização de pontos críticos para o desenvolvimento emocional e educacional.
A proposta do programa DIR/Floortime tem diversas limitações em sua aplicação integral, sendo que as mais significativas são a econômica e a necessidade de cooperação familiar intensa. Entretanto, o conhecimento a respeito do programa fornece informações úteis para a determinação de abordagens de intervenção para pessoas com DEA.
Por outro lado, a compilação de dados e a publicação de informações (complementarmente, objetivas e subjetivas) a respeito de resultados dos processos de intervenção fornecem fundamentação para o aperfeiçoamento da prática clínica.
Greenspan SI, Wieder S. Can children with autism masterthe core deficits and become empathetic, creative and reflective? Aten to fifteen year follow-up of a subgroup of children with autismspectrum disorders (ASD) who received a comprehensive developmental,individual-difference, relationship-based (DIR) approach. J Dev Learn Disord. 2005;9:39-61.
Comentado por: Fernanda Dreux Miranda Fernandes1, Daniela Regina Molini-Avejonas2
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Adeus a Dr Greenspan!
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Modelo DIR/Floortime
O Modelo de D.I.R. determina como avaliar e intervir tendo em conta:
- Capacidades desenvolvimentais de funcionalidade: a partilha da atenção e a regulação; o envolvimento nas interacções; afeto recíproco e comunicação gestual; jogo pré-simbólico complexo, comunicação social e resolução de problemas, incluindo imitação e atenção conjunta; Uso simbólico e criativo de ideias, incluindo jogo simbólico e uso pragmático da linguagem; uso lógico e abstrato de ideias, incluindo capacidade para expressar sentimentos.
- Diferenças individuais: modulação sensorial (em que medida a criança é hiper ou hipo-responsiva às sensações), processamento Auditivo e Visuo-espacial; planeamento motor;
- Relacionamentos e padrões de interação: padrões de interação com o cuidador, pais e família; padrões educacionais; padrões de interacção com os colegas.
A avaliação constitui a fase inicial, mas também, como uma parte de todo o processo de observação e discussão.
A avaliação envolve:
1) Relatórios sobre o nível de desenvolvimento funcional da criança;
2) A análise detalhada da história desenvolvimental;
3) Observações diretas da criança a interagir com os pais e com o profissional de saúde, analisando os seis pontos do desenvolvimento funcional, as diferenças individuais de processamento (ex. planeamento motor, processamento auditivo e visuo-espacial, modulação sensorial), e os padrões de interação com os pais e outros membros da família.
A avaliação também deve incluir o funcionamento familiar, através da discussão com os pais sobre as relações familiares e as competências da família para apoiar a criança. O processo de avaliação deve criar relações de parceria entre os profissionais e os familiares – esta relação irá também facilitar a transição e a implementação do plano de intervenção. Esta relação de parceria emerge da necessidade de compreensão e de um consenso, pelos familiares e técnicos, acerca do perfil de desenvolvimento funcional da criança.
Uma intervenção compreensiva corresponde a um conjunto de interações e práticas adequadas ao nível desenvolvimental e funcional e às diferenças individuais da criança em contexto familiar e educativo, seguindo os seguintes princípios:
- Seguir a criança e envolver-se em interações iniciadas pela criança que são baseadas nos seus interesses de natureza emocional (floortime). Isto permite ao cuidador conduzir a criança para os objetivos delineados e, por outro lado, a obstruir de forma agradável alguns comportamentos perseverantes e levá-la a envolver-se na interacção. O objetivo destas interações espontâneas é o de mobilizar e aumentar a atenção, envolvimento, interações com propósito, a resolução de problemas e o uso de ideias de forma criativa;
- Interacções semi-estruturadas para resolução de problemas, que tem objetivos específicos de linguagem, cognição e sociais – o adulto cria situações de aprendizagem, levando-a por exemplo a imitar sons ou gestos associando-os a consequências imediatas e levando-a a aplicá-las em situações de vida real para resolver problemas. Por outro lado estas interações podem orientar a criança para atividades de facilitação do planeamento motor, modulação sensorial e processamento visuo-espacial.
A abordagem Floortime é um modo de intervenção interativa não dirigida, que tem como objetivo envolver a criança numa relação afetiva.
Os seus princípios básicos são:
- Seguir a atividade da criança;
Bibliografia:Maia, M.S., slides cedidos nas aulas sobre Abordagem Floortime, adaptado de Greenspan & Chaiman, 2009Análise Psicológica (2003), 1 (XXI): 31-39Programa clínico para o tratamento das perturbações da relação e da comunicação, baseado no Modelo D.I.R.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Workshop DIR/Floortime - em São Paulo
- Nutrição – Família – Intervenções – Integração Sensorial
- Diferentes Necessidades Especiais dentro do TEA (Transtorno do Espectro Autista)
Dia 28 – INTRODUÇÃO AO DIR
- Os níveis funcionais de desenvolvimento
- Como é feita a avaliação
(FEAS – Functional Emotional Assessment Scale)
Nivel 1: Acomodação do sistema regulatório e interesse pelo mundo;
Nivel 2: Círculos de Comunicação;
Nível 3: Relacionamento;
Nível 4: Capacidades de solucionar problemas;
Nível 5: Criar e elaborar idéias;
Nível 6: Construir pontes além de idéias
Dia 29 – Grupos e Paticipação Familiar nas Terapias
- Diferentes Perspectivas de grupos considerando idades, nível cognitivo e emocional
- Apresentação do caso clínico (com foco no estado neurológico)
- Encerramento: apresentação e realização de consultoria sobre os vídeos feitos pelo público do evento escolhidos no primeiro dia do Workshop
Dia 27 (sexta-deira) das 16 às 20 hs
Dia 28 e 29 (sábado) das 8h às 17 hs
Valores: R$ 560,00 em maio
R$ 620,00 até julho
R$ 700,00 até agosto
Desconto para casal
Local: Green Place Flat Service & Residence
Rua Dr. Diogo de Faria, 1201 – Vila Mariana
Público Alvo: Pais, familiares, educadores e profissionais da saúde
Patrícia Piacentini (Especialista e Desenvolvimento Infantil) – Terapeuta DIR/Floortime – ICDL (The Interdesciplinary Council on Developmental and Learning Discordes) – Mestrado em Educação Especial – Universidade Antioch de Santa Barbara – Pós Graduação em Educação Inclusiva para criança com TEA – Universidade de Santa Bárbara – Califórnia
Organização: Ariela Goldstein
domingo, 11 de abril de 2010
Vale a pena ler!
- Filhos Emocionalmente Saudáveis, Íntegros, Felizes e Inteligentes. By Stanley Greenspan, M.D, 2000. Campus. ISBN 8535206388
- As Necesidades Esenciáis das Crianzas: O Que Toda Crianza Precisa Para Crecer, Aprender e Se Desenvolver. T. Berry Brazelton e Stanley I. Greenspan. 2002, Porto Alegre: Artmed. ISBN 85-7307-997-5
SUGESTÃO DE ESTRATÉGIAS PARA INICIAR E MANTER A INTERAÇÃO COM CRIANÇAS
¢ Se posicione na frente da criança e ajude-a a fazer o que ela quer.
¢ Dê suporte às iniciativas da criança e expanda o conteúdo inicial, se faça de bobo, faça coisas erradas ou engraçadas e observe a reação. Se interponha no caminho da criança, interferindo de maneira divertida com o que ela está fazendo.
¢ Enfatize palavras e gestos, exagere a expressão facial e entonação, deixando claro seus sentimentos e intenções.
¢ Faça o que for possível para manter a interação e não interrompa a atividade enquanto conseguir manter a interação.
¢ Descubra o que atrai a atenção e causa prazer na criança. Use brincadeiras sensoriais (ex: balançar, pular, rodar e luta), jogos de causa e efeito, que aparecem e desaparecem, ou brincadeiras infantis, como o esconde -esconde e o "vou te pegar".
¢ De sentido aos sons que a criança emite, completando palavras, ampliando o conteúdo ou dando um contexto para a palavra emitida, coloque palavras ou dê nome aos sentimentos que ela conseguir expressar.
¢ Insista sempre em uma resposta, que seja um gesto, um som, um olhar.
¢ Não desista da criança, seja persistente, paciente e espere pela resposta.
domingo, 4 de abril de 2010
Mitos e Fatos sobre o Autismo
FATO: Com uma abordagem abrangente baseada em afeto e relacionamento com intervenção, as crianças podem aprender a gostar da proximidade, afetividade e intimidade e podem amar os outros profundamente. Quando o autismo foi identificado pela primeira vez como um transtorno na década de 1940, pensou-se que o problema fundamental no autismo era uma inabilidade de formar relacionamentos íntimos e afetuosos. Esse conceito persistiu em todas as definições subseqüentes de autismo. Mas o trabalho clínico com crianças diagnosticadas com ASD mostrou que quando aplicamos a abordagem DIR/Floortime, seguindo a indicação da criança, focalizando nos prazeres naturais da criança e construindo interações a partir dos prazeres da criança, percebemos que o primeiro elemento que responde é a noção de afinidade. Essa noção de afinidade nos sorrisos compartilhados, alegria partilhada, prazer compartilhado e a noção profunda de pertencer um ao outro, se manifesta de maneira relativamente rápida com o tratamento adequado.
Crianças com ASD podem amar tão profundamente quanto qualquer outra criança, e muitas podem amar ainda mais profundamente que a maioria, pois se estiverem em um programa adequado, nós propiciamos a elas bastante afeto e amor e muitas oportunidades de interatividade, muito mais que a criança média obtém. Nós acreditamos que a dificuldade primária para as crianças diagnosticadas com ASD é a comunicação das suas emoções, e não a experiência ou o sentimento de afeto e intimidade.
MITO: "Crianças com transtornos do espectro autista não podem aprender os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento, então, o melhor a fazer é tentar ensiná-las a mudar o comportamento."
FATO: Muitas crianças com transtorno do espectro autista podem aprender os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento. Isso exige trabalho árduo com uma abordagem de tratamento abrangente que focalize nas diferenças de processamento individual de cada criança e ajudando a criança a dominar os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento. Ao ajudar as crianças a dominar esses fundamentos é mais eficiente ajudá-las a ir além dos sintomas ou comportamentos do que focar apenas nos sintomas. Nosso estudo com 200 crianças diagnosticadas com ASD e tratadas intensivamente com uma abordagem que funcionou com suas diferenças de processamento individuais e que se concentrou nos fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento (a abordagem DIR/Floortime) mostrou que um grande percentual poderia dominar esses fundamentos e ter um crescimento emocional e intelectual saudável.
Os transtornos do espectro autista devem ser vistos como um processo dinâmico e não estático. Quando pensamos num processo estático, pensamos em algo fixo, não importando o ambiente, o contexto ou as circunstâncias. É improvável que uma criança que tenha olhos azuis mude os seus olhos azuis de uma circunstância para outra, entre hoje e seis meses. Nós podemos perceber os seus olhos azuis de maneiras diferentes, dependendo da luz, mas os seus olhos azuis permanecerão relativamente estáveis. Por outro lado, os traços dinâmicos têm a ver com muitos dos sentimentos ou emoções. Eles são mutáveis de um dia para outro e certamente mutáveis ao longo de meses ou anos. Os processos no cerne dos transtornos do espectro autista - a habilidade para se relacionar com intimidade; a habilidade para trocar gestos e sinais emocionais, e a habilidade para utilizar idéias de maneira significativa e com emoção - são processos dinâmicos e não estáticos. Esses podem e mudam mais para algumas crianças do que para outras, e mais com programas de tratamento que são individualizados para atender as necessidades da criança e focar no desenvolvimento de capacidades centrais de relacionamento, comunicação e pensamento. Em nossas observações sistemáticas de 200 crianças com acesso a tal abordagem, quase todas as crianças mostraram ganhos significativos nas suas habilidades de se relacionar com afeto e intimidade. Um subgrupo de crianças se tornou não apenas afetuoso e íntimo, mas também muito verbal, empático e reflexivo.
MITO: "Crianças que exibem certos comportamentos do tipo autista, tais como insistência em repetição (por exemplo, alinhar carros várias e várias vezes), auto-estímulo (por exemplo, fitar ventiladores ou rodas girando) ou repetição de palavras como se tivesse lendo (por exemplo, ecoar o que alguém diz) necessariamente têm um transtorno do espectro autista."
FATO: Esses sintomas são sintomas secundários do autismo e não devem ser usados como um critério primário para se fazer um diagnóstico. Esses sintomas são vistos em vários outros tipos de dificuldades do desenvolvimento, e não simplesmente nos transtornos do espectro autista. Uma criança que tem essas dificuldades com o processamento sensorial, tal como sub-reatividade ou super-reatividade à sensação, ou com o planejamento motor pode se tornar repetitiva ou auto-estimuladora quando assoberbada ou estressada.
Os componentes principais ou primários do autismo envolvem dificuldades nas áreas de relacionamento, comunicação e pensamento. Pais e profissionais devem considerar o seguinte:
- A criança está tendo dificuldade em estabelecer intimidade e afeto verdadeiros, em procurar esses adultos com quem se sentem realmente confortáveis como a mãe, o pai ou o cuidador principal? Pode demonstrar algum afeto nesse relacionamento?
- A criança pode se comunicar com gestos, com expressões emocionais? Ela pode se envolver num fluxo de sinalização emocional de duas vias como sorrisos, franzimentos, abanos de cabeça ou outros gestos interativos?
- Quando a criança utiliza palavras, pode utilizá-las com intenção de maneira emocionalmente relevante? Em outras palavras, essas palavras são investidas de emoção ou afeto como "Mamãe, eu te amo" ou "Eu quero aquele suco, por favor", em vez de "Isto é uma mesa."
Se esses três componentes não estiverem presentes - a capacidade para intimidade, a capacidade para trocar e corresponder a diferentes tipos de gestos emocionais de maneira contínua, e a capacidade para utilizar palavras emergentes ou símbolos significativos com uma boa intenção emocional, então devemos considerar que essa criança esteja apresentando uma forma de transtorno do espectro autista.
MITO: "Crianças com transtorno do espectro autista não conseguem demonstrar empatia com outros, elas não possuem capacidades da "teoria da mente".
FATO: Quando se trabalha com uma abordagem de afeição baseada em relacionamento levando em conta as diferenças individuais da criança, à medida que a linguagem e as habilidades cognitivas da criança melhorarem, também melhorarão a sua teoria da mente e a sua habilidade para demonstrar empatia. As crianças que se deram bem seguindo o programa de tratamento DIR/Floortime são muito capazes de apresentar altos níveis de teoria da mente (a habilidade para entender que outras pessoas têm mentes independentes próprias, que permite a criança pensar sob as perspectivas das outras pessoas, bem como as suas próprias) e altos níveis de empatia. Na verdade, temos um subgrupo de crianças originalmente diagnosticadas com transtornos do espectro autista, muitas descritas por seus pais e professores como demonstrando provavelmente uma empatia um pouco melhor que os seus colegas da mesma idade que nunca tiveram dificuldades de desenvolvimento. Elas são indivíduos altamente afetuosos, empáticos e carinhosos com amigos, e também estão indo bem nos estudos. Isso se aplica apenas a um subgrupo, mas é um subgrupo significativo. Ele mostra o que é possível com um programa adequado.
MITO: "Autismo é um transtorno biológico fixo baseado em um padrão genético simples."
FATO: Pesquisas atuais sugerem que não há uma simples causa de autismo, mas, ao contrário, há múltiplas causas conjuntas e cumulativas, e múltiplos caminhos que levam ao transtorno. Há componentes claramente genéticos e uma suscetibilidade genética, porém essa suscetibilidade genética também pode fazer com que certas crianças fiquem mais vulneráveis a outros fatores de risco. Esses fatores de risco podem ser cumulativos, de maneira que a presença de um pode deixar a criança mais vulnerável aos efeitos de outros posteriormente. Dependendo da suscetibilidade particular da criança, esses fatores de risco podem ser mais ou menos desestabilizadores e levar a problemas de desenvolvimento.
A outra peça do modelo tem a ver com os caminhos múltiplos. Por exemplo, algumas crianças são super-reativas sensorialmente, umas são sub-reativas sensorialmente, e outras têm problemas severos de planejamento motor. E algumas crianças possuem uma combinação dessas dificuldades. Esses são caminhos biológicos muito diferentes que podem resultar em dificuldades de relacionamento e comunicação.
Em resumo, uma pesquisa atual sugere um modelo complexo para compreender as causas do autismo. É provável que haja uma série de caminhos diferentes, cada um com diferentes fatores de risco cumulativos associados, que levam ao autismo.
MITO: "Crianças com transtornos do espectro autista não podem perceber as emoções dos outros."
FATO: A pesquisa que apoiou essa afirmativa está sujeita a questões maiores de pesquisas mais recentes. Um estudo recente sugeriu que as crianças com ASD processam expressões faciais em uma parte diferente do cérebro que aquelas sem o transtorno. Mas o professor Morton Gernsbacher e seus colegas da Universidade de Wisconsin constataram que, no estudo original, as crianças podem não ter ficado olhando no rosto –e por isso o motivo de parecerem não estar processando as emoções do rosto nas áreas do cérebro que normalmente processam a emoção –, porque não estavam realmente olhando no rosto. Assim na repetição do estudo original, Gernsbacher e outros encorajaram os indivíduos a realmente olhar no rosto e descobriram que os indivíduos com transtornos do espectro autista processaram as emoções exatamente nas mesmas áreas do cérebro que aqueles sem ASD processaram.
A face humana fornece uma quantidade enorme de informações e pode ser sobrecarregada, especialmente por aqueles com dificuldade de processamento sensorial. Da mesma maneira que uma pessoa tímida em um coquetel pode ficar de cabeça baixa ou ficar olhando para longe até que se sinta à vontade, as crianças ou adultos que são sensorialmente super-reativas podem precisar de um tempo para se sentir à vontade antes de poderem olhar no seu rosto. Isso não significa que elas não olham no rosto ou que processam as emoções do rosto de maneira diferente. Significa apenas que elas acham estressantes olhar para o rosto tão rapidamente. Quando Gernsbacher e seus colegas mediram a reatividade emocional desses indivíduos, descobriram que quando eles os encorajaram a olhá-los no rosto, as medidas psicológicas sugeriram um certo grau de estresse. Em conclusão, eles descobriram que os indivíduos estavam processando a emoção da mesma maneira que todo mundo, mas eles preferiam não olhar no rosto porque era assoberbante e um tanto estressante.
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