segunda-feira, 5 de novembro de 2012

E por falar em Summer Camp...


EXPECTATIVA!
Acho que essa foi a palavra chave do II Summer Camp.  Desde a assinatura do “Contrato de voluntariado” muitas questões foram surgindo. Como assim proibido o uso de drogas? Era tudo tão óbvio! Seriam necessárias tantas proibições para uma equipe VOLUNTÁRIA e escolhida a dedo? Inicialmente parecia sem cabimento, mas não é que depois vimos que tinha necessidade daquilo tudo mesmo?! Tudo bem, primeira etapa de surpresa quanto ao contrato foi ultrapassada.
Agora vinha o medo do “confinamento”. A distância da família por tanto tempo iria ser difícil. Um monte de gente de cidades diferentes, práticas diferentes, sem saber nem ao menos onde encaixar seus colchões. Tudo bem, dois quartos, ar condicionado e até banho quente. Ufa! Já tínhamos um lugar para nos regularmos quando fosse necessário. Inicia-se assim uma rotina “casa x padaria” que foi repetida por cada voluntário pelo menos umas 355 vezes nesses dias, acompanhadas de nossos “vales” realmente valiosos!
Algumas reuniões, orientações e preparativos para chegada das crianças. Mais EXPECTATIVA! Uniformes prontos, banhos tomados, barrigas cheias... As crianças chegaram. Meu Deus, o que foi isso? Equipe totalmente atropelada, gente pra tudo que era lado, crianças desreguladas, terapeutas correndo atrás das crianças e o medo agora era de alguém pegar o avião e desistir. Mas que nada... Disseram que isso era normal no primeiro dia. E não é que mais uma vez estavam certos? Com o tempo tudo se acalmou e surpreendentemente a equipe queria mais e mais.
Mais reuniões, mais vídeos, mais pacientes... Como “sugamos” Helena Gueiros! Ficamos completamente embasbacados. Que profissional! Ensinou com exemplo prático atuando, ensinou em palestras, ensinou na mesa do bar, ensinou até por email. Sem segredos ou medo de compartilhar conhecimentos. Certa de que seus conhecimentos são seus mesmo, frutos de seus estudos e de suas experiências. Mas desejando plantar em cada um de nós a necessidade de busca por conhecimento. E sinceramente, plantou! Trabalho cumprido! Primeiras despedidas e novas EXPECTATIVAS. Priscila, Dawn e Helena deixaram o grupo com muitas saudades.
 Então, recebemos mais uma novidade: agora seríamos nós as palestrantes. Teríamos que preparar palestra para pais de crianças que mal conhecíamos e além desses, mais uma platéia altamente especializada. Como explanar sobre linguagem se Juliana Maia estaria ouvindo? Socorro! Que nada, essa foi mais uma tacada de mestre! Como diz Paty: - bingo! Promoveu a união de especialistas, troca de conhecimentos e mais uma oportunidade de crescimento profissional. Juliana já vinha assumindo, mesmo que inconscientemente um papel de referência. Em todas as nossas conversas, era uníssono: “- é melhor falar com a Ju” “- pergunta pra Ju”, “-manda um email pra Ju”! Enfim, Juliana foi uma peça fundamental para nosso equilíbrio emocional durante todos esses dias. Suas atitudes calmas e seguras nos passaram, um conforto e segurança de um amigo de verdade. Obrigada por tudo Juliana!
Após a confiança na equipe surgiram os passeios e o companheirismo do lazer. Outras EXPECTATIVAS. Nessa hora, ninguém melhor que a Patrícia pra acompanhar a galera. Conversas animadíssimas regadas a muito “suco” e sempre com o tema central AUTISMO. Pegou ônibus com a gente (teve inclusive que se proteger da chuva dentro dele), subiu e desceu as ladeiras de Olinda e até disponibilizou sua casa quando achou necessário. Aprendemos a lidar com sua sinceridade exacerbada com bom humor. Aprendemos a dar o tempo necessário para suas acomodações. Aprendemos que amanhã ela esquece o que falou hoje e também que, quando ela lembra  algo que aconteceu ou foi falado ontem, não perde a oportunidade de falar hoje. Aprendemos a admirá-la mais e mais. Se nós voluntárias temos algo em comum, com certeza é a admiração pelo trabalho de Patrícia com os autistas. Viemos aqui pra ver tudo acontecer. E vimos realmente que tudo acontece. Depois de tantos workshops, palestras e consultorias, nós não podíamos perder a oportunidade de aprender na prática como sermos profissionais melhores. De repente o “mito” estava ao nosso lado, pronta pra discutir de igual pra igual sobre os pacientes. E por falar nisso, que coragem em compartilhar a responsabilidade do sucesso dessa colônia e o nome de seu Centro, com voluntárias que pouco conhecia! Nooooossa, Patrícia, obrigada mesmo! Valeu a pena cada minuto, cada dia/noite que passamos discutindo casos clínicos ou vendo vídeos. Quantas coisas nós aprendemos! Nossos pacientes também agradecem.
É até difícil tentar escrever sobre cada um da equipe, mas também não dava pra não falar... Bruna e Nara sempre disponíveis a auxiliar, Sandra inicialmente incomodada com tanta gente, mas depois cuidando do nosso espaço com capricho. Edinaldo sorrindo pra ajudar em qualquer necessidade nossa, Beto animando e conquistando a criançada, Maria, Andréa, Luiza e Natália sempre dispostas, emprestando seu entusiasmo em todas as atividades.
Concluindo, eu não poderia deixar de agradecer essa oportunidade e compartilhar que minhas EXPECTATIVAS foram superadas.
E como diria João: “-Ihihihihihihih...” E agora? (completaria Ivanildes)... De volta pra casa...
Com carinho e saudades.
Rachel
Em 01/02/2012.
 Rachel,  Fono da Marinha e voluntaria na Colonia passada

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